Energia Geotérmica

A Energia geotérmica, ou energia geotermal, é a energia que aproveita o calor proveniente do interior da Terra. Aproveita-se esta energia sob a forma de calor para a geração de electricidade devido à necessidade de se obter energia eléctrica de uma maneira mais limpa e em quantidades cada vez maiores. Pode ser aproveitada em locais com actividade vulcânica, onde existem águas ou rochas a temperatura elevada, ou em zonas onde seja possível atingir estratos magmáticos.
Abaixo da crosta terrestre existe um manto composto por rochas líquidas a altas temperaturas, designado por magma. Nestas zonas, os depósitos ou correntes de água são aquecidos pelo magma até temperaturas às vezes superiores a 140 ºC. Quando a água ou vapor emergem através de fissuras na crosta, aparecem os géisers, as fumarolas e as fontes termais. O aproveitamento da energia geotérmica, bem como a escolha do tipo do sistema, são determinados por uma série de condições e características geológicas (como temperatura e pressão) que estabelecem a existência de jazidas geotérmicas. Podemos encontrar basicamente 4 tipos de conversores de energia:
• Vapor Seco;
• Central Flash;
• Pedra Seca Quente;
• Ciclo Binário.
Falando do vapor seco, esta fonte é raramente encontrada. Em reservas deste tipo, onde as pressões são altíssimas, produz-se vapor, mas muito pouca água. O vapor é entubado directamente numa central de vapor seco que proporciona a força para girar o gerador de uma turbina.
Uma reserva que produz maioritariamente água quente é chamada de reserva de água quente e é utilizada uma central chamada Flash. A água, que está entre 130ºC e 330ºC, é trazida à superfície através de um poço e devido à pressão converte-se em vapor. O vapor logo move as turbinas.
Falando da pedra seca quente, existem regiões de alto fluxo de calor que possuem rochas a temperaturas altíssimas. Porém essas rochas são impermeáveis de tal modo que não há circulação de líquido para transportar calor. O sistema funciona basicamente da seguinte maneira: num poço injecta-se água que se aquece ao entrar em contacto com a rocha quente. Essa água vira vapor e é expelida por outro poço, onde há uma usina geotérmica instalada.
Por último, as centrais binárias são locais onde a água geotérmica transfere calor a um líquido que ferve a temperaturas mais baixas que as da água, convertendo-o em vapor e movendo as hélices da turbina. Tais centrais são utilizadas devido á existência de algumas reservas que possuem fluidos (líquidos) a temperaturas menores que 220ºC, não possuindo calor suficiente para produzir rapidamente vapor e gerar energia.
Através de tubos, o vapor proveniente destas fontes referidas é levado até a uma usina geotérmica. Tal como numa central eléctrica convencional, termoeléctrica por exemplo, o vapor sob alta pressão faz com que as lâminas das turbinas girem como uma ventoinha. Esse movimento gera energia mecânica que é transformada em energia eléctrica através de um gerador.
Este tipo de energia tem vários aspectos positivos:
• Uma das mais benignas fontes de energia.
• Mais barata do que os combustíveis fósseis.
• A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula.
• A área requerida para a instalação da usina é pequena.
• Estimula os negócios regionais.
• Pode abastecer comunidades isoladas.
• Baixo custo de operação, devido ao baixo custo do combustível.
• Geração de empregos (mão-de-obra barata e especializada).
No entanto, nem tudo pode ser visto de uma maneira positiva. Existem vários aspectos negativos que se devem referir:
• É uma energia muito cara e pouco rentável.
• Pode causar deterioração ao ambiente, ainda que a reinserção de água seja feita.
• Pode levar o campo geotérmico ao esgotamento.
• A energia deve ser posta em uso no campo geotérmico ou próximo dele.
• O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente.
• Emissão de H2S (ácido sulfídrico) com odor desagradável, corrosivo e nocivo à saúde.
• Altos custos para reconhecimento e pesquisa do local.
Os Estados Unidos é o país onde esta energia geotérmica é mais utilizada. Em Portugal, existem várias unidades de produção de electricidade instaladas nos Açores, e conhecem-se utilizações directas em Lisboa e S. Pedro do Sul.